Baleia morta encalha no litoral do Rio
Grande do Norte
Animal surgiu boiando e depois ficou preso às areias da Praia de Caraúbas.
Equipe de biólogos irá ao local para descobrir a espécie e a causa da morte.
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Uma baleia, da espécie Megaptera novaeangliae, chamada popularmente de jubarte, e com cerca de oito metros de comprimento, encalhou na tarde desta quinta-feira (30) na praia de Caraúbas, litoral Norte potiguar. A praia fica no município de Maxaranguape, distante pouco mais de 40 quilômetros de Natal.
Um dos primeiros a avistar o corpo da baleia foi o paulista e músico Maurício Kosima, dono da pousada Enseada dos Saveiros. "A baleia apareceu boiando e depois encalhou na areia, bem no local de pesca de um hóspede argentino", disse ele. "Eu acredito que a baleia está morta faz um bom tempo. O mau cheiro é muito forte. Por causa disso vou ter que cancelar as reservas para este final de semana", lamentou o proprietário.
A impressão de Maurício Kosima foi confirmada pelo biólogo marinho e mestre em comportamento animal, Érico dos Santos Júnior. A pedido do G1, o integrante da ONG Ecomar analisou as imagens da baleia, e concluiu que, pela cor esbranquiçada, o mamífero morreu há alguns dias e foi levado pelas correntes marítimas até a superfície.
“A jubarte passa os seis primeiros meses do ano se alimentando no continente antártico. De julho a dezembro elas migram para as águas quentes do Nordeste, onde se reproduzem. Esse foi o primeiro registro de 2012”, explicou o biólogo.
Pelo tamanho aparente do animal, Érico acredita que se trata de uma baleia juvenil, já que na fase adulta a espécie chega aos 16 metros. “Possivelmente esta baleia veio com a mãe e por algum motivo morreu em alto mar”, especulou.
Em contato com o G1, a bióloga Tais de Godoy, coordenadora técnica do Programa de Mamíferos Marinhos da Reserva Ecológica Atol das Rocas/ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade), informou que uma equipe técnica com 17 pessoas, formada por biólogos, veterinários e especialistas em vida marinha será enviada ao local do encalhe na manhã desta sexta-feira (31).
Tais, também é sócia e colaboradora da Ecomar, explicou que o trabalho ficou para sexta-feira em razão de uma melhor preparação da equipe. “Vamos fotografar, medir e coletar material biológico, como pele e músculos”, acrescentou. “O objetivo é descobrir e confirmar informações como a idade, o sexo e tentar saber o que motivo a morte da baleia”, complementou.
Por fim, a bióloga alertou que, em razão da possibilidade do contágio de doenças, em hipótese alguma a carne da baleia poderá ser utilizada para consumo humano. Depois que os estudos forem concluídos, ela informou que a carcaça da baleia será enterrada em local ainda a ser definido. Para retirar o animal do local será necessário um equipamento conhecido como retroescavadeira.
A última baleia encalhada no litoral potiguar foi encontrada na Praia de Upanema, localizada no município de Areia Branca, região oeste do estado, a 321 km de Natal. O mamífero foi retirado com vida e entregue de volta ao mar.
O vídeo acima foi feito por Maurício Kosima e cedido ao G1.